Hoje, 19 de Julho, é comemorado o Dia Municipal da Juventude. E nesse dia a gente precisa falar de exemplo, de oportunidade, de luta e de possibilidades de ocupação digna de espaços pelas nossas juventudes.
O Estatuto da Criança e do Adolescente completou 31 anos semana passada e aqui destaco o art. 5º:
“Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.”
Será que a sociedade, o Estado e as famílias estão zelando pelo cumprimento deste artigo? Me parece que tem muita falha nisso. Também na quinta passada, dia 15 de julho, saiu mais uma edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Um dado que deve ter nossa atenção é: das pessoas mortas em intervenções de policiais, 76,2% tinha entre 12 e 29 anos. A maioria que está sendo morta é a nossa juventude, e a nossa juventude negra, já que 78,9% dos mortos eram negros.
É aqui que eu pergunto: cadê o cumprimento do Estatuto da Juventude, criado em 2013, que garante como princípio das políticas públicas a promoção da vida segura e da cultura de paz?
Cadê o cumprimento dos direitos básicos da nossa juventude à educação, já que 4 em cada 10 jovens já pensaram em parar de estudar durante a pandemia, segundo a pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus? Eu tenho certeza que quando a Presidência da República vai à Justiça tentar declarar inconstitucional uma lei que garante internet gratuita a alunos do ensino público, ele mostra que pouco se importa com esse dado, que pouco se importa com o presente da nossa juventude e com o futuro que está por vir.
Mas a gente se importa. Eu me importo muito. Eu me importo com a garantia de espaços seguros nas escolas, já que é um dos espaços que crianças e jovens podem buscar ajuda quando estão passando por situações de violências dentro de casa. Eu me importo com espaços dignos, com investimento público, com possibilidades reais de cultura e lazer para os nossos jovens, garantindo as diferentes demandas e as diferentes juventudes que estão na nossa cidade. Eu quero um CRJ aberto, vivo. Quero um Odomodê que funcione de verdade.
Eu quero que nossos jovens se sintam representados – e mais – se sintam parte da construção de políticas públicas para a juventude e para o futuro da nossa cidade, do nosso país. Recentemente saiu um estudo da FGV e Insper mostrando que eleição de mulheres pode incentivar a participação política de adolescentes. E isso acontece com meninas. O efeito simbólico é muito importante! Eu falo isso sempre aqui: eu quero estar aqui pra que meninas e mulheres olhem pra cá e se sintam representadas, seguras e confiantes de também estarem aqui.
Nossa juventude precisa de oportunidade: de educação, cidadania, lazer, cultura, direito à não violência e garantia de futuro. O poder público precisa garantir isso. E nós precisamos – e vamos – cobrar sempre.
Karla Coser (PT) é vereadora em Vitória
Data de Publicação: segunda-feira, 19 de julho de 2021
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